quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

J) Método de Kigali


Método de estudo em grupo: Método de Kigali
 [1]
Apresentamos este método, organizado na África, concretamente na capital do Ruanda, como um modo mais de prestar atenção ao texto em si mesmo do que à resposta ao texto, pela oração e pela celebração da Palavra.
1. Primeiro contacto com o texto:
* Ler o texto escolhido duas vezes, em voz alta.
* Anotar rápida e imediatamente, depois desta primeira leitura, as primeiras impressões: o que me agrada, o que não me agrada muito, o que me produz admiração, o que não gosto. Este primeiro tempo dura apenas alguns minutos.
2. Observar o texto:
É necessário saber acolher um texto e aceitá-lo tal como ele é. Ele não é um espelho que me reenvia o meu rosto, onde eu vejo o que me agrada. É a ele que eu devo procurar, observar. Eis aqui alguns meios que me facilitam a observação:
* Reparar no princípio e no fim do texto (alguns versículos). Ver o que aconteceu, que transformação se produziu entre o princípio e o fim;
* Descobrir os lugares que são mencionados no texto;
* Anotar as personagens do texto e as suas relações:
- Qual parece ser o personagem principal? Que diz e que faz?
- Quem está do seu lado? Quem está contra? Quem o ajuda?
- Quem é activo? Quem é passivo?
* Reagrupar as palavras do texto que pertencem à mesma “família”, que se referem ao mesmo tema (campo semântico). Cada texto põe em acção, frequentemente, algumas famílias de palavras bem concretas.
* Anotar as oposições e os contrastes do texto, se os houver.
3. Procurar informações fora do texto:
As informações fornecidas pelos especialistas podem esclarecer o texto:
* Lendo as notas e os lugares paralelos da Bíblia.
* Utilizar um dicionário ou vocabulário bíblico.
4. Questionar o texto: Já que os Evangelhos foram escritos depois da Ressurreição, por crentes e para crentes, podemos tentar encontrar alguns pontos de referência:
A - Para o Novo Testamento:
a) O acontecimento da vida de Jesus (ou dos discípulos) de que fala o texto.
b) A fé em Cristo ressuscitado, que aqui se exprime, claramente ou de forma velada, e a esperança que ela suscita.
c) A vida da Igreja que está subjacente ao texto: qual era a necessidade que os cristãos tinham, para escreverem e conservarem este texto.
d) Que alusões directas ou indirectas ao Antigo Testamento existem?
Para o Antigo Testamento, procurar:
a) A História de Israel ou o acontecimento sobre o qual este texto se
apoia.
b) A fé no Deus libertador, que se exprime claramente ou de modo
velado.
c) A vida dos crentes de Israel, que está subjacente ao texto: que
necessidades tinham, ao escreverem e conservarem este texto?
d) Que alusões directas ou indirectas a outros textos do Antigo
Testamento existem?
5. Apropriação do texto (que sentido para hoje):
* Segundo o que foi observado nos quatro primeiros tempos, tentar perceber o testemunho de fé que se depreende do texto, a parte da “Boa Nova” que nele se encontra.
* Como é que este testemunho de fé (Boa Nova) pode esclarecer, ajudar a nossa fé, no tempo e lugar onde vivemos?
* Como podemos traduzir, por outras palavras, este antigo texto a fim de ser compreendido pelos que nos rodeiam?
* As impressões que tivemos no primeiro contacto com o texto não se deverão, agora, completar, corrigir ou, simplesmente, abandonar?
* Que oração nos inspira agora a leitura deste texto?

















(Obs: Esta é a décima postagem na sequência de A á M, em técnicas para ler a Bíblia, então não deixe de visitar. És muito importante para nós Cristãos).

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